Esta expressão descreve o que fazem os forcados nas touradas portuguesas, não é?
É verdade. Quando comparadas com as touradas espanholas as corridas de touros à portuguesa apresentam algumas diferenças. A diferença mais óbvia é não existir um matador ou um homem que, sozinho na arena, mata o touro com uma espada — essa parte da tourada, conhecida como touros de morte foi proibida em Portugal em 1928. Recentemente, algumas vilas alentejanas como Barrancos e Monsaraz decidiram, dizem eles em nome da tradição, voltar a organizar este espetáculo. A segunda diferença são as pegas de caras: quando um conjunto de homens tenta segurar o touro, agarrando-se aos seus cornos.
Mas isso é muito perigoso pois o homem que vai à frente pode facilmente morrer, se levar uma cornada na barriga.
É verdade. Este espetáculo é uma verdadeira barbaridade! Felizmente que há cada vez menos espectadores e espero que em breve deixem de existir.
Então a expressão agarrar o touro pelos cornos quer dizer enfrentar algo perigoso?
Não necessariamente. A expressão descreve apenas alguém que lida diretamente com uma situação difícil ou uma adversidade. Está, implicitamente, a elogiar a coragem que por vezes é necessária para enfrentar um problema ou uma dificuldade mas não o perigo a que a pessoa se possa estar a expor, como no caso dos forcados — é assim que se chama o grupo de homens que realizam as pegas de caras ao touro.
Eis alguns exemplos de uso:
É hora de agarrar o touro pelos cornos e resolver o problema de uma vez por todas.
Tens de deixar de te queixar e agarrar o touro pelos cornos!
Antes de agarrar o touro pelos cornos e ir falar com o teu chefe, assegura-te que o que te disseram é verdade e que a razão está do teu lado.
Os responsáveis deviam agarrar o touro pelos cornos e proibir de uma vez por todas as touradas em Portugal.
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